segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Máscaras

Ela estava no palco
As cortinas se abriram
Começou o espetáculo
Seu rosto coberto por uma máscara
A cada passo ela trocava de face
A triste, a feliz, a violenta
Um dia extrovertida, no outro introvertida
E o som da orquestra aumentava
Pessoas tentavam arrancar sua máscara
Ela não deixava
Se afastava
O medo era maior que a liberdade
Ser escrava da própria mente virou orgulho
Então começou a chover
E ventar
Ela se ajoelhou naquele chão
Desolada, sem saber o que fazer ou para onde ir
Todos haviam ido embora
Gotas de água deslizavam por toda a sua máscara, fazendo-a descolar de seu rosto
Que aos poucos era revelado
Cada detalhe, não passava despercebido
Até que sua máscara caiu
E ela se olhou pela primeira vez verdadeiramente pelo reflexo da água
Percebeu que era mais bonita sem sua máscara
Então tudo começou a fazer sentido
Ela começou a ser ela mesma...

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